Incentivos Ă leitura
«Há um nĂşmero considerável de autores que se tĂŞm debruçado sobre as razões que levam certas crianças a apaixonarem-se pela leitura e outras a sĂł lerem por obrigação. Este assunto tem feito germinar livros de maior ou menor ĂŞxito e tem dado ocasiĂŁo a palestras, conferĂŞncias e colĂłquios.Como autora, tambĂ©m de livros na área infanto-juvenil, Ă© um tema pelo qual me tenho interessado. Pela já longa experiĂŞncia tanto no contacto nas escolas e bibliotecas com crianças e jovens em acções de “incentivos Ă leitura”, como no meio familiar, onde tive o privilĂ©gio de observar os meus quatro filhos, oito netos e vários sobrinhos, constatei que há crianças que nascem com o interesse por ouvir e ler histĂłrias e outras que precisam de incentivos.Sabe-se que há diferenças fundamentais na mobilização do cĂ©rebro feminino e masculino. Sabe-se que o hemisfĂ©rio cerebral do lado direito Ă© amplo, criativo, Ă© a essĂŞncia das coisas, das cores, receptivo, incita Ă meditação, Ă arte, Ă aventura, Ă© o da intuição, da sĂntese, e do factor espacial.
O hemisfĂ©rio esquerdo (bem entendido que usamos ambos) fornece a fala, a minĂşcia, a mecânica, a lĂłgica; Ă© fechado, cauteloso, repetitivo e verbal, tambĂ©m Ă© analĂtico e privilegia a memĂłria. Por isso as crianças aprendem de formas diferentes: de forma visual, verbal e cinestĂ©sica (pela observação da acção). Compreendendo bem as diferenças sabemos que nĂŁo há receitas universais.Encontrei em meios carenciados, onde os pais nĂŁo lĂŞem e, portanto, o livro nĂŁo está disponĂvel em casa, crianças que se tornam assĂduos leitores na biblioteca da escola. Verifiquei que crianças rodeadas de livros em casa de seus pais e avĂłs mostram interesse por outras áreas. É evidente que o contador de histĂłrias (pais, avĂłs, amigos, educadores etc.) tem um papel importantĂssimo. Saber ler histĂłrias, especialmente teatralizando-as, mesmo que apenas dando especial ĂŞnfase aos textos, pode conquistar adeptos. Para alĂ©m deste facto há os laços de ternura e a surpresa de momentos inesquecĂveis que os intervenientes jamais esquecerĂŁo.NĂŁo há receitas infalĂveis, mas pĂ´r na mĂŁo do bebĂ© livros Ă© quase obrigatĂłrio. O livro Ă© outro que nĂŁo um brinquedo. Se compreendemos o que interessa realmente a determinado jovem e lhe entregamos um livro sobre esse assunto podemos incentivá-lo a futuras leituras. As facilidades actuais do mundo informático conduzem a que a elite dos leitores de livros formem um grupo especial. Baseada em George Steiner estou crente de que : "A linguagem existe, a arte existe, porque existe o outro." Ésquilo dizia: SĂŞ o que Ă©s. TambĂ©m Ă© um sábio preceito.Quem escreve vai continuar a escrever para alguĂ©m e o nĂşmero de pessoas nĂŁo Ă© tĂŁo importante como a qualidade de quem lĂŞ. Por momentos estabelece-se uma corrente invisĂvel, mas terrivelmente fraterna e Ă© sĂł esse o desejo do escritor e do leitor. É o desejo dos pais e avĂłs esclarecidos transmitir essa centelha aos mais novos tendo em conta os factores apontados e muitos mais que nĂŁo cabem nesta nota.»
O hemisfĂ©rio esquerdo (bem entendido que usamos ambos) fornece a fala, a minĂşcia, a mecânica, a lĂłgica; Ă© fechado, cauteloso, repetitivo e verbal, tambĂ©m Ă© analĂtico e privilegia a memĂłria. Por isso as crianças aprendem de formas diferentes: de forma visual, verbal e cinestĂ©sica (pela observação da acção). Compreendendo bem as diferenças sabemos que nĂŁo há receitas universais.Encontrei em meios carenciados, onde os pais nĂŁo lĂŞem e, portanto, o livro nĂŁo está disponĂvel em casa, crianças que se tornam assĂduos leitores na biblioteca da escola. Verifiquei que crianças rodeadas de livros em casa de seus pais e avĂłs mostram interesse por outras áreas. É evidente que o contador de histĂłrias (pais, avĂłs, amigos, educadores etc.) tem um papel importantĂssimo. Saber ler histĂłrias, especialmente teatralizando-as, mesmo que apenas dando especial ĂŞnfase aos textos, pode conquistar adeptos. Para alĂ©m deste facto há os laços de ternura e a surpresa de momentos inesquecĂveis que os intervenientes jamais esquecerĂŁo.NĂŁo há receitas infalĂveis, mas pĂ´r na mĂŁo do bebĂ© livros Ă© quase obrigatĂłrio. O livro Ă© outro que nĂŁo um brinquedo. Se compreendemos o que interessa realmente a determinado jovem e lhe entregamos um livro sobre esse assunto podemos incentivá-lo a futuras leituras. As facilidades actuais do mundo informático conduzem a que a elite dos leitores de livros formem um grupo especial. Baseada em George Steiner estou crente de que : "A linguagem existe, a arte existe, porque existe o outro." Ésquilo dizia: SĂŞ o que Ă©s. TambĂ©m Ă© um sábio preceito.Quem escreve vai continuar a escrever para alguĂ©m e o nĂşmero de pessoas nĂŁo Ă© tĂŁo importante como a qualidade de quem lĂŞ. Por momentos estabelece-se uma corrente invisĂvel, mas terrivelmente fraterna e Ă© sĂł esse o desejo do escritor e do leitor. É o desejo dos pais e avĂłs esclarecidos transmitir essa centelha aos mais novos tendo em conta os factores apontados e muitos mais que nĂŁo cabem nesta nota.»
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